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domingo, 19 de maio de 2013

Danças típicas do Mato Grosso do Sul



O Estado do Mato Grosso do Sul pode ser mapeado e dividido em 3 partes, de acordo com as danças, a saber: Região do Bolsão, Região do Pantanal, e Região de Fronteira.



Introdução
A dança é uma manifestação de culto da antigüidade. Atualmente, serve como forma de lazer e diversão, aliviando as tensões do dia-a-dia, além do seu papel socializador entre as pessoas.
As danças de salão vieram da França para o Brasil no período colonial, principalmente as praticadas pela nobreza.
Com o passar do tempo, a dança foi se popularizando e se adequando ao povo, mudando sua forma original. O melhor exemplo é a "quadrilha" (quadille em francês), trazida pelos portugueses, transformando-se na nossa quadrilha caipira.
Há seis ou sete séculos, era uma dança de camponeses ingleses ingleses, descendentes de Celtas e Saxões que, apesar da Inglaterra já se encontrar cristianizada, mantinham velhos rituais pagãos de agradecimento à terra pelas colheitas.
As quadrilhas foram difundidas pelos imigrantes nas festas juninas, atualmente em muitos locais é comum confundi-las como forró nordestino, em função da presença desse povo espalhado por todo o Brasil, e que levou consigo sua música e seu instrumental constituído de sanfona, zabumba e triângulo.
Danças típicas
As Quadrilhas segundo Marley Sigriste:

No Mato Grosso do Sul, as quadrilhas estão restritas às escolas e algumas associações, numa tentativa de aproveitamento folclórico. São raros os grupos originais, geralmente do meio rural, que conservam algumas partes da quadrilha, como as contra danças inseridas nas comemorações locais.
As danças que dividem o MS  em 3 regiões:
O Estado do Mato Grosso do Sul pode ser mapeado e dividido em 3 partes, de acordo com as danças, a saber: Região do Bolsão, Região do Pantanal, e Região de Fronteira.
Região do Bolsão compreende a porção nordeste do estado - relativa à bacia Sucuriú de Costa Rica a Três Lagoas, incluindo os municípios de Camapuã e seus distritos. (paulistas, mineiros e goianos)
Região do Pantanal compreende a porção oeste do Estado. (cultura pantaneira, desde a fundação de Corumbá e com a formação da cultura Cuiabana séc. XXVIII, influência gaúcha)
Região de Fronteira compreende a porção sul e sudeste. (cultura paraguaia, influência gaúcha).
Região do bolsão

Arara, Cobrinha ou Revirão:
É uma dança comum no Brasil, recebendo vários nomes, como a dança da vassoura ou dança do chapéu. Sua execução começa com um dançador, que deve tirar outro e outro, até que a fila apresente-se longa, virando ora para um lado, ora para o outro, fazendo movimentos semelhantes aos de uma cobra.
Em determinado momento, os dançadores juntam-se aos pares e aquele que estiver sozinho deve requisitar o par do outro. Quando a música é interrompida, aquele que estiver só, deve pagar uma "prenda" , geralmente declamando um verso.
Caranguejo:
É uma dança de roda, desenvolvida aos pares que batem palmas e sapateiam, permeando com volteados e passeios. Ë uma ciranda executada nos bailes rurais, nos momentos em que tendem a desanimar.
Catira:
É dançada ao som da moda de viola e alegrada pelos "recortados", quando os dançadores intercalam longa série de sapateado e palmeado. É uma dança só de homens, e a mulher raramente participa dela, apenas em momentos de reserva familiar. Geralmente é dançada nas festas antes de começar o baile.
Engenho de Maromba:
Sob o ritmo de um valseado, seus movimentos imitam o movimento do Engenho de Cana. As fileiras de homens e de mulheres rodam em sentidos contrários  entre si, entrecruzando-se na evolução. Os versos cantados no engenho são "chorados" como o próprio engenho de cana. É uma dança executada em finais de baile como forma de despedida.
Engenho Novo:
Consiste numa dança cuja coreografia assemelha-se ao movimento do engenho de cana, e seus versos lembram passagens de trabalho com essa máquina e também conversas entre seus operadores. Ao contrário da dança anterior, a música possui andamento rápido e alegre.
Sarandi:
Também é uma ciranda, mantendo a mesma melodia da roda infantil "Ciranda, cirandinha". Recebe também o nome de Cirandinha. É uma dança de roda, em que os pares dão meias-voltas e voltas inteiras, trocando seus pares. Esse movimento é repetido tantas vezes quanto é o números de pares, intercalando, cada um apresenta seu verso para a moça, para o rapaz ou para o público presente.
Região do Pantanal
Cururu:
Já foi dança, hoje é mais caracterizada como brincadeira, embora ainda existam alguns passos, executados pelos violeiros, como flexões simples e/ou complicadas, a fim de proporcionar animação. É praticada apenas por homens que tocam suas violas de cocho e ganzás ou cracachás (reco-recos), cantando versos conhecidos ou improvisados, conforme o momento requerer e as toadas falam das coisas do cotidiano pantaneiro.
A viola de cocho é um instrumento construído artesanalmente pelos próprios violeiros, que usam materiais da região, como a madeira do sarã ou timbaúba (ou chimbuva), cola de poca, cordas de tripa de bugio ou de ema. Estudada por alguns pesquisadores, acredita-se que a viola de cocho tenha se originado do alaúde, instrumento musical usado durante a Idade Média que, vindo do Oriente Médio chegou à Europa.
Imagina-se que tenha chegado ao Pantanal por volta do século XVIII, pela Bacia do Prata, único elo de ligação da Província de Mato Grosso com o mundo naquela época.
Siriri:
É uma dança animada em que os pares colocados em fila ou roda descrevem gestos alegres e gentis, com palmas aos pares e ao som de toadas.
Os movimentos são de fileiras simples, duplas, frente a frente, roda e túnel. Recebem nomes como: barco do alemão, carneiro dá, canoa virou, "vamos dispidi". Os instrumentos usados para música são: viola de cocho, reco-reco, (ganzá) de bambu com talho no sentido longitudinal e tocado com um pedaço de osso e o mocho ( tambor) tocado freneticamente com dois bastões de madeira.
Região de fronteira
Chupim:
Dançado ao som e ao ritmo da polca paraguaia, em número de três pares. Seus movimentos imitam as asas da ave de mesmo nome, ao cortejar a fêmea. À esses movimentos acrescentam-se toques de castanholas, com os dedos, da aculturação espanhola.
Os movimentos da dança são: cadena, tourear o par, dançar e rodar o par.
Às vezes, encontra-se a figura do Carão, que imita o pássaro do mesmo nome e é tido como ave de rapina que tenta a todo momento "roubar" a dama do companheiro.
Mazurca:
Também conhecida como rancheira, muito comum no sul do Brasil, seguindo a mesma configuração dos bailes do Sul.
Palomita:
É uma dança de salão executada ao som de polca paraguaia ou chamamé, embora no Paraguai seja utilizada a música palomita para essa dança. Há revezamento entre os casais.
Polca de Carão:
Na dança existe a brincadeira de um dos dançantes "levar um carão", ou um "fora" do seu pretendido par. A dança de salão continua até que os outros "levem um carão".
Xote:Além do xote aos pares, registrei também o Xote de Três, que equivale ao Xote de duas damas do sul do Brasil.
Toro Candil:
Deixei por último o Toro Candil, porque ele não se caracteriza como dança, nem como folguedo. Considero-o uma brincadeira feita com o boi (toro - em espanhol), feito de arame, pano e a ossatura natural da cara do boi, abatido para a festa.

Duas tochas acesas são colocadas ao chifre do boi candeeiro ( Candil - em espanhol).
Os brincantes mascarados ( mascaritas - em espanhol), apresentam-se travestidos para não ser reconhecidos ( tanto homens, quanto mulheres), brincam entre si, mudam a voz e falam em idioma Guarani.

Antes da chegada do Toro, fazem a brincadeira bola-ta-ta, uma bola de pano, embebida em óleo e acesa. Chutam a bola de um para outro brincando até que a mesma se apague. Em seguida, entra o toro Candil para alcançar o auge da festa.
Quando se acham cansados, vão para o salão e dançam ( podendo ser homens com homens ou com mulheres, mesmo porque eles não se conhecem) ao som de salsas e merengues.

Bibliografia
SIGRISTE, Marley - "Chão Batido" - Editora UFMS - Campo Grande MS.
  
Conclusão
Através da dança, as culturas de vários povos é expressada e passada, de maneira fácil e divertida aos que dela participam ou até mesmo assistem, daí a necessidade de se explorar esse rico patrimônio cultural, trazendo cada vez mais turistas para conhecê-lo.
A adaptação da dança, por vezes é necessária, mas sempre existe a preservação de suas raízes, como por exemplo no vestuário, no ritmo, na encenação.
Sem sombra de dúvida, a dança é um meio de comunicação e expressão muito poderoso, passado de geração à geração, contagiando todos, velhos, moços, crianças e adultos.
É possível se contar a história de um povo, de uma nação, com uma dança, trazendo para o presente, lembranças e tradições de épocas longínqüas.
Poderia-se até criar um roteiro turístico das danças típicas do MS.
Dançar faz bem ao corpo e ao espírito.

 Vera Rolim

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