Pesquisar este blog

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

História e as regras do jogo de dama


Crédito: Confederação Brasileira de damas
Crédito: Confederação Brasileira de damas

Patrícia Flor - Hortolândia/SP - 26/11/2010  16 comentários

A história do jogo de damas

Embora a maioria das pessoas não saiba, o jogo que conhecemos hoje como damas tem uma longa história. Do antigo Egito à sua própria sala de estar, damas manteve-se como um passatempo popular para a maioria dos registros históricos.

O jogo de tabuleiro chamado "damas" na América do Norte e na Europa é um dos jogos mais antigos conhecidos pelo homem. A história do jogo de damas pode ser rastreada até o berço da civilização, onde os vestígios da mais antiga forma de jogo foram descobertos em uma escavação arqueológica na antiga cidade de Ur, no sul da Mesopotâmia, que agora é atual Iraque.  Ninguém tem certeza das regras exatas do jogo, que foi datado de carbono em 3000 aC .Um jogo semelhante com um tabuleiro de 5x5, chamado Alquerque é conhecida por ter existido no Egito antigo, já em 1400 aC.

Esta versão egípcia era tão popular que o homem tocou para milhares de anos. Então, no ano de 1100, um francês inovou o jogo em um tabuleiro de xadrez e aumentou o número de peças para cada jogador. Este jogo modificado foi então chamado "Fierges" ou "Ferses", mas era mais apropriadamente chamado de "Le Jeu Plaisant De Dames", porque era considerado um jogo social das mulheres. Mais tarde, o jogo tornou-se mais desafiador, fazendo saltos obrigatórios e, portanto, esta nova versão foi denominada "Força Jeu".

Já em meados dos anos 1500, livros foram escritos sobre o jogo e em 1756, um matemático Inglês escreveu um tratado sobre os projetos. Agora, com as suas próprias regras escritas, o jogo foi usado na Inglaterra, onde era conhecida como "damas". O jogo aumentou acentuadamente em popularidade como o passar dos anos. Em 1847 foi um ano importante na história do jogo de damas, quando o primeiro título foi dado. Em 1952 foi um ano marcante na história de damas com Arthur Samuel, ele criou o primeiro programa de damas usado por um computador. Gradualmente, esses programas de jogos foram melhorados com a velocidade do computador e aumentou suas capacidades. Hoje, programas de computador têm informações de base de dados que mostram todas as combinações possíveis ao movimento de 10 peças, que permanecem no tabuleiro. damas entrou em praticamente todos os lares através da Internet.

Segundo a Confederação Brasileira de damas com a transferência da Corte Real, em 1806, para o Brasil, D. João VI trouxe o primeiro livro de jogo de damas para nosso país. Trata-se do livro de Juan Canalejas, “Libro del Juego de las damas”, publicado em Barcelona,  Espanha em 1650.Este livro encontra-se na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro.

Devido à influência da Corte Real, que se instalou no Rio de Janeiro, foi aí que o jogo de damas começou a se desenvolver em nosso país. São Luís, capital do Estado do Maranhão, até hoje, é o único local no país onde se cultiva exclusivamente a damas internacional, tabuleiro de 100 casas. Isso se deve à influência das invasões francesas e holandesas naquela região.


Regras Oficiais do Jogo de damas 64 casas e 100 casas
 
  1. Objetivo: imobilizar ou capturar todas as peças do adversário.
  2. O Jogo de damas é praticado em um tabuleiro de 64 casas ou de 100 casas, claras e escuras.
  3. A grande diagonal (escura) deve ficar sempre à esquerda de cada jogador.
  4. O lance inicial cabe sempre ao jogador que estiver com as peças claras.
  5. A pedra anda só para frente, uma casa de cada vez.
  6. Quando a pedra atinge a última linha do tabuleiro, concluindo o lance na casas de coroação, ela é promovida à Dama.
  7. A Dama é uma peça de movimentos mais amplos.
  8. A Dama anda para frente e para trás, quantas casas quiser.
  9. A captura é obrigatória. Não existe sopro. Duas ou mais peças juntas, na mesma diagonal não podem ser capturadas.
  10. A pedra captura a Dama e a Dama captura a pedra. Pedra e Dama têm o mesmo valor para capturarem ou serem capturadas.
  11. A pedra e a Dama podem capturar, tanto para frente, como para trás, uma ou mais peças.

Jogo de Damas


INTRODUÇÃO

Esse trabalho irá mostrar um pouco sobre o jogo de Damas, falar sobre sua história e os estilos que podem ser encontrados em suas próprias modalidades, suas regras e tudo o que se deve saber para começar a jogar.
Sem mais embromações, você verá o b-a ba  do jogo de Damas, que é belo em sua real natureza. 

I – A HISTÓRIA DO JOGO DE DAMAS 


Afirmações sobre suas origens pecam geralmente pela falta de bases históricas sérias. Não faltam exemplos: 
“INVENTADO NA GRÉCIA POR PALOMEDES”
“O JOGO DE DAMAS É MÃE DO XADREZ”
“INVENTADO DURANTE O CERCO DE TRÓIA” (MONTEIROS-1591)
“INVENTADO POR MARCO AURÉLIO” (CANALEJAS-1650) 

Quantas mais?

Achados arqueológicos mostram jogos de calculo que datam de há milhares de anos, originários da antiga civilização egípcia e conhecida pelo nome de Senet.
Embora não se tenha documentos que elucidem suas regras, parece guardarem alguma semelhança com o jogo de damas.
Presume-se que alguns destes jogos tenham sido levados para a antiga Grécia e dado origem ao Petia, sobre o qual são encontradas referencias.
A expansão romana deve ter sido um vetor pêra a divugalgação do Petia grego. Documentos que nos esclarecem  com segurança sobre suas regras não foram encontrados, embora a este jogo haja bastantes referências na literatura desse tempo, citando nominalmente campeões e comentado a sua popularidade. Não existem duvidas que ele tenha sido a base do atual jogo de Damas dada a sua semelhança de tabuleiro, movimentos e objetivos.

El Marro (Monteiros-1591).

  Beira o ridículo a afirmação que o nome Damas lhe teria sido dado pelo fato de que eram as senhoras, as damas, que o praticavam nos salões da Idade Media.

É tido como cento como certo que o moderno Xadrez deriva do Chatrani, que por sua vez deriva do Chaturanga, cujo berço foi possivelmente a Índia, passando posteriormente à Pérsia.

Tudo leva a crer que estes jogos eram desconhecidos dos romanos.

O encontro do Xadrez e o jogo de Damas devem ter acontecimento por volta do Século IX, NA Europa, o que nega de forma definitiva qualquer paternidade de um em relação ao outro.   

A época do aparecimento do tabuleiro de cores também é imprecisa.
Originalmente, nos dois jogos, o tabuleiro era constituído apenas por retas que cruzavam,como ainda são hoje os tabuleiros do xadrez japonês e chinês.

É a literatura espanhola do séc XVI que nos trás, de forma definitiva, informações precisas com a publicação dos primeiros livros sobre o jogo de Damas.

Conhecimentos acumulados, talvez durante séculos, são apresentados:abertura bem estruturadas que mantêm ate hoje, golpes de aberturas, como o conhecido golpe da 

Abertura Espanhola, batizada no Brasil com esse nome em homenagem a essa combinação; a “Forçada” e inúmeros finais práticos fazem parte da matéria.Dentre estes finais se destaca a “Barca”, como é conhecido em Portugal o final de três damas contra dama na grande diagonal com pedra em h8.

O problema, com temas que se consagram, ocupa nessa literatura um merecido espaço

Que dizer de um jogo que desafia séculos? Os tesouros de sua beleza e os mistérios indecifráveis da sua aparenta simplicidade continuam a mantê-lo vivo, apaixonante e desafiante, a ser motivo de imensa bibliografia, de pesquisas sem fim.     

II - A HISTOÓIA DO JOGO DE DAMAS NO BRASIL 

Tem-se como certo, considerado sua já grande popularidade na Europa antes da época dos descobrimentos,que o jogo de Damas tenha sido introduzido no Brasil pelos primeiros colonizadores.

Ibéricos, franceses, holandeses e árabes exerceram influência nas regras e modalidades jogadas no Brasil.

O trabalho de divulgação, a publicação de literatura  brasileira e a organização de 
competições, fruto de intensas atividades desenvolvidas pela Confederação Brasileira de Jogo de Damas a nível estadual e nacional, conseguiram unificar as regras ate há pouco muito diversificadas. Foram adotandos as regras e regulamentos da Fédération Mondiale du Jeu de Dames nas duas modalidades: 64 casas e 100 casas

III –VARIANTES DO JOGO DE DAMAS 

O jogo de damas, difundido que foi por todo o mundo, acabou por receber alterações, dependendo da região em que é jogado. Também foram feitas modificações nas regras, visando dinamizar o jogo. A seguir, algumas variantes do jogo. 

DAMAS DIAGONAIS:

 Nesta variante, o tabuleiro é colocado diagonalmente entre os jogadores. As 12 peças são colocadas nas casas claras do tabuleiro. Obviamente, o primeiro movimento sempre oferecerá ao adversário uma peça para ser tomada. Mas no mais, o jogo se desenvolve como o jogo de damas normal.
 

Outra possibilidade das damas diagonais, é o jogo com nove peças para cada lado existindo tão somente três casas para coroação. 

Damas Italianas: as regras são as mesmas das Damas tradicionais, com as seguintes mudanças: o tabuleiro é colocado de modo a ficar uma casa branca à esquerda; as peças não podem tomar a Dama; se um jogador não tomar uma peça quando for possível fazê-lo, perde o jogo; e quando houver mais de uma opção para tomada de peças, deverá optar o jogador por tomar a peça mais valiosa, isto é, a Dama.

Damas Inglesas: mesmas regras das Damas tradicionais, excetuando-se o fato do jogador poder optar por capturar qualquer peça e não fazer obrigatoriamente a jogada que o permita tomar o maior número de peças.

Damas Russas: As únicas alterações com relação às regras oficiais, são o fato de a tomada não ser obrigatória e o fato de,  no caso de uma tomada em série, se a peça passar pela ultima fileira, será promovida a Dama e continuará a jogada já como Dama.

Perde-Ganha: Variante que me parece absolutamente hilária: as regras são as mesmas do jogo oficial, mas, nesta variante, aquele que ficar sem peças é quem ganha. O jogador, portanto, deve oferecer suas peças ao adversário, o mais rápido possível, de modo a ficar sem peças. 

IV - TABULEIRO DE 64 CASAS

 A partida se desenvolve sobre um tabuleiro quadriculado, com 64 casas, sendo que as casas são de cores diferentes, colocadas intercaladamente. O tabuleiro será colocado com a casa escura da primeira fileira a esquerda. Os jogadores sentam-se em posições opostas, de frente para o tabuleiro.

Cada jogador tem 12 peças da mesma cor, cor essa diferente das peças do adversário. Essas peças ocupam as casas escuras das três primeiras fileiras, a partir da posição de cada jogador.
 

As peças movimentam-se exclusivamente sobre as casas escuras, uma casa por vez. A exceção é justamente a tomada de uma peça do adversário, quando então a peça de um jogador salta sobre a peça do adversário, vindo a ocupar a casa vazia imediatamente após a peça pulada. Esta peça é então excluída do jogo.

O movimento de tomada pode ser seqüencial, isto é, havendo possibilidade, diversas peças podem ser tomadas no mesmo movimento. A tomada é obrigatória, a não ser que haja duas possibilidades distintas, quando então o jogador poderá optar por tomar uma ou outra peça. Mas a tomada será obrigatória sempre que uma situação permitir a tomada de um numero maior de peças (a chamada “Lei da Maioria”).
 

As peças movimentam-se sempre para frente, exceto quando para realizar uma tomada, quando é permitido o movimento para trás.

Ao atingir a primeira fileira do lado adversário, uma peça é promovida a “dama”. É a chamada "coroação". Para diferenciar a dama das demais peças, sobre ela será colocada outra peça. A dama move-se livremente, em linha reta, quantas casas quiser. Porém, para tomar uma peça adversária, é obrigada a parar na casa vazia subseqüente àquela. Se a peça atingir a última fileira durante uma tomada em série, e for prosseguir tomando outras peças, ela NÃO será promovida a Dama. Isto só ocorre se a peça terminar o movimento na ultima fileira.

Considera-se uma partida empatada, quando tiverem sido jogados 20 lances sucessivos, sem que haja tomado de pedra, ou, após uma mesma posição apresentar-se por três vezes, com o mesmo jogador .Vence a partida aquele que tomar todas as peças do adversário.   

TABULEIRO DE 100 CASAS

 As regras são praticamente as mesmas do jogo no tabuleiro de 64 casas. As diferenças ficam, obviamente, por conta do tabuleiro, maior, sendo que os jogadores iniciam a partida com 20 peças cada, ocupando as 4 primeiras fileira, 5 peças por fileira. As condições de empate são: 25 lances sucessivos, sem a tomada de peças; se não existirem mais de três damas, ou duas damas e uma peça, ou uma dama e duas peças contra uma dama, o empate ocorrerá após 16 movimentos; no caso de duas damas contra uma dama e uma pedra contra uma dama ou uma dama contra dama, o empate ocorrerá após cinco movimentos. 

V -REGRAS DO JOGO DE DAMAS CLÁSSICAS 
ÂMBITO

1- As REGRAS DO JOGO DE DAMAS CLÁSSICAS são de aplicação obrigatória em todo o Território Nacional. 

MATERIAL

 2- O jogo de Damas Clássicas é fisicamente constituído por uma placa plana de forma quadrado e fundo não brilhante, dividido em 64 quadrados de 4 a 5 cm de lado, impressos alternadamente a escuro (preto ou castanho) e claro (branco ou creme), a que se dá o nome de Tabuleiro e por 24 Peças, com 3 a 4 cm de diâmetro e 0,6 a 0,8 cm de espessura, sendo 12 de cor branca e 12 de cor preta, tudo fabricado em materiais diversos. 

GENERALIDADES

 3- Os quadrados escuros do tabuleiro denominam-se Casas às quais se atribui uma numeração de 1 a 32, com início na primeira casa inferior direita, seguindo a contagem da direita para a esquerda e de baixo para cima, sempre do lado onde se encontram as brancas, denominando-se a diagonal que liga a casa 1 à casa 32, rio. 

4- A numeração descrita será utilizada em todas as anotações e publicações, devendo os números representativos da casa de partida e de chegada de cada lance ser separado por traço de união.

5- O tabuleiro poderá conter, nas margens, a numeração das casas laterais.  

6- O tabuleiro coloca-se de forma a que o vértice inferior, à direita de cada jogador, seja casa. 

7- Para início do jogo, as peças de cada cor colocam-se sobre as  primeiras doze casas de cada lado do tabuleiro. (Diagrama 2) 

EVOLUÇÃO

8 - No Jogo de Damas existem dois tipos de peças: os Peões, com que se inicia o jogo, e as Damas que são peões que conseguem atingir o extremo oposto do tabuleiro. 

9- Sempre que um peão ocupe uma das quatro casas do extremo oposto do tabuleiro, o condutor da cor contrária colocará sobre ele uma das peças capturadas, coroando-o como Dama.   

10- Se não houver ainda peça para coroar o peão este valerá, na mesma, como dama, até à respectiva coroação. 

11- O peão que se transforma em dama só será permitido que ele jogue depois de efetuado o lance da cor contrária. 

12- Quer os Peões quer as Damas têm dois movimentos: sem captura e com captura.
a) Peão sem captura - os peões movem-se sobre o tabuleiro, sempre para frente e na diagonal, ocupando uma das casas contíguas vagas, não tomando no seu percurso qualquer peça de cor contrária.
b) Peão com captura - sempre que um peão, ao iniciar o seu movimento, tenha numa casa contígua peça de cor contrária, existindo a seguir casa vaga, saltará por cima da peça; ocupará essa casa vaga tomando a referida peça. O peão capturará no mesmo lance o maior número possível de peças.
c) Dama sem captura - a dama move-se em diagonal, percorrendo as casas vagas que quiser, para diante ou para trás, não tomando no seu percurso qualquer peça de cor contrária e não podendo mudar dessa diagonal.
d) Dama com captura - se a dama tiver, numa das suas diagonais, peça de cor contrária, ainda que em casa não contígua, seguida de uma ou mais casas vagas, saltará por cima da peça ocupando uma qualquer dessas casas. Se continuar a encontrar peças nessas condições, repetirá obrigatoriamente esse movimento. A dama, após ter saltado sobre, pelo menos, uma peça, terá que
mudar para diagonal perpendicular, desde que nessa diagonal existam peças que possa tomar, continuando o seu movimento até capturar as peças possíveis. 

13- A dama não poderá saltar por cima de qualquer peça da sua cor ou de peças de cor contrária colocadas em casas contíguas, nem passar duas vezes sobre a mesma peça. Pode, no entanto, passar mais do que uma vez por cima de uma casa livre. 

14- Quando qualquer peão ou dama efetuar lance em que tome mais do que uma peça, só depois de concluído o percurso se permite retirar qualquer peça do tabuleiro. 

CAPTURA DE PEÇA

15- Na captura de peças existem três leis, não interessando se a peça que toma é peão ou dama:
a) Obrigatoriedade - A captura é obrigatória 
b) Quantidade - Em hipóteses simultâneas de captura é obrigatória tomar o maior número de peças. 
c) Qualidade - Em hipóteses simultâneas de captura de um mesmo número de peças é obrigatória tomar as peças com maior valor, valendo cada dama  mais do que cada peão. 

PARTIDAS E ABERTURAS

16- Dá-se o nome de partida, ao conjunto de jogos, que deverá ser em número par, a efetuar entre dois jogadores. 

17- Dá-se o nome de abertura, aos lances iniciais de cada jogo. 

18- O jogo inicia-se com lance das peças brancas, atribuídas por sorteio a um dos jogadores, desenrolando-se até ao fim com lances alternados das duas cores. 

19- Em partida de abertura livre os jogadores conduzirão, em jogos alternados, as peças brancas e as peças pretas, com a abertura que desejarem. 

20- Em partida de abertura sorteada - primeiros lances atribuídos por sorteio - os jogadores iniciarão alternadamente cada uma das aberturas determinadas por esse sorteio.  

RESULTADO

21- Atribui-se Derrota ao jogador quando:
a) Perca todas as peças;
 b) As suas peças estejam prisioneiras na sua vez de jogar;
c) Exceda o tempo previsto por regulamento;
d) Abandone o jogo;
e) Seja punido oficialmente com esse resultado. 

22- Atribui-se EMPATE ao jogador quando:
a) Atinja o número de lances previsto pelas leis de lances limitados;
b) Atinja a mesma posição de jogo, num mínimo de três vezes, seguidas ou alternadas, mesmo que dentro da lei de lance limitado, e o adversário reclame;
c) Acorde com o adversário tal desfecho, no desenrolar do jogo;
d) Seja punido oficialmente com esse resultado. 

LANCES LIMITADOS

23- Existem duas Leis de lances limitados à tentativa de ganhar o jogo:
a) Vinte Lances - Quando, por qualquer dos adversários, forem efetuados 20 lances de Dama(s) sem que qualquer das cores tenha efetuado movimento de peão, captura ou entrega de peça, considera-se o jogo empatado. Sempre que um dos tipos de lance mencionado for concretizado, a contagem reiniciar-se-á no lance seguinte. A referida contagem deverá ser efetuada por qualquer dos adversários, assim que surja posição passível de aplicação desta regra.
b) Forçada - Quando um dos jogadores possuir apenas três damas e o outro apenas uma, permitem-se 12 lances, incluindo o de captura, contados após a cor das três damas ocupar o rio, para se ganhar o jogo. Assim, mesmo que haja ganhado no lance seguinte, considera-se o jogo empatado. 

LANCE OBRIGATÓRIO

24- Quando o jogador toque numa das suas peças jogáveis - sem que previamente indique que apenas a deseja ajeitar - é obrigado a efetuar lance com essa peça. Um lance só se considera terminado quando, após a deslocar uma peça o jogador a houver largado. 

LANCE IRREGULAR

25- Considera-se irregular o lance contrário ao preceituado nos números anteriores. Em jogo anotado a respectiva ratificação será efetuada, desde o lance em que existe a irregularidade, retomando-se o jogo a partir desse ponto. Em jogo não anotado, a obrigação de ratificar um lance irregular só existirá se o adversário não o validar com o lance imediato. 

26- É ainda considerado irregular o ato de suster uma peça para calcular a jogada, assim como sistematicamente movimentar uma peça sem a largar, voltando atrás para a jogar para outra casa.  

CASOS OMISSOS

 27- Os casos omissos serão tratados, conforme o seu âmbito, pelos Árbitros, Diretores de Prova, Órgãos das Associações Distritais ou Regionais e da Federação Portuguesa de Damas.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Cultura da Região Nordeste



Os estados que compõem a região Nordeste são: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Esse complexo regional apresenta grande diversidade cultural, composta por manifestações diversificadas. Portanto, serão abordados alguns dos vários elementos culturais da região em destaque:

O carnaval é o evento popular mais famoso do Nordeste, especialmente em Salvador, Olinda e Recife. Milhares de turistas são atraídos para o carnaval nordestino, que se caracteriza pela riqueza musical e alegria dos foliões.

Carnaval de Olinda
O coco também é conhecido por bambelô ou zamba. É um estilo de dança muito praticado nos estados de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. A dança é uma expressão do desabafo da alma popular, da gente mais sofrida do Nordeste brasileiro. É uma dança de roda ou de fileiras mistas, de conjunto, de pares, que vão ao centro e desenvolvem movimentos ritmados.

O maracatu é originário de Recife, capital de Pernambuco, surgiu durante as procissões em louvor a Nossa Senhora do Rosário dos Negros, que batiam o xangô, (candomblé) o ano inteiro. O maracatu é um cortejo simples, inicialmente tinha um cunho altamente religioso, hoje é uma mistura de música primitiva e teatro. Ficou bastante conhecido no Brasil a partir da década de 1990, com o movimento manguebeat, liderado por Chico Science e Nação Zumbi, Mundo Livre S/A, entre outros.

O Reisado, ou Folia de Reis, é uma manifestação cultural introduzida no Brasil colonial, trazida pelos colonizadores portugueses. É um espetáculo popular das festas de natal e reis, cujo palco é a praça pública, a rua. No Nordeste, a partir do dia 24 de dezembro, saem os vários Reisados, cada bairro com o seu, cantando e dançando. Os participantes dos Reisados acreditam ser continuadores dos Reis Magos que vieram do Oriente para visitar o Menino Jesus, em Belém.

As festas juninas representam um dos elementos culturais do povo nordestino. Essa festa é composta por música caipira, apresentações de quadrilhas, comidas e bebidas típicas, além de muita alegria. Consiste numa homenagem a três santos católicos: Santo Antônio, São João e São Pedro. As principias festas juninas da região Nordeste ocorrem em Caruaru (PE) e Campina Grande (PB).

Festa junina em Campina Grande (PB)
Bumba meu boi é um festejo que apresenta um pequeno drama. O dono do boi, um homem branco, presencia um homem negro roubando o seu animal para alimentar a esposa grávida que estava com vontade de comer língua de boi. Matam o boi, mas depois é preciso ressuscitá-lo. O espetáculo é representado por um boi construído em uma armação de madeira coberta de pano colorido. Ao final, o boi é morto e em seguida ressuscitado.

O frevo surgiu através da capoeira, pois o capoeirista sai dançando o frevo à frente dos cordões, das bandas de música. É uma criação de compositores de música ligeira, especialmente para o carnaval. Com o passar do tempo, o estilo ganhou um gingado composto por passos soltos e acrobáticos.

Quilombo é um folguedo tradicional alagoano, tema puramente brasileiro, revivendo a época do Brasil Colônia. Dramatiza a fuga dos escravos que foram buscar um local seguro para se esconder na serra da Barriga, formando o Quilombo dos Palmares.

A capoeira foi introduzida no Brasil pelos escravos africanos e é considerada uma modalidade de luta e também de dança. Rapidamente adquiriu adeptos nos estados nordestinos, principalmente na Bahia e Pernambuco. O instrumento utilizado durante as apresentações de capoeira é o berimbau, constituído de arco, cabaça cortada, caxixi (cestinha com sementes), vareta e dobrão (moeda).

Roda de Capoeira
A festa de Iemanjá é um agradecimento à Rainha do Mar. A maior festa de Iemanjá ocorre na Bahia, no Rio Vermelho, dia 2 de fevereiro. Todas as pessoas que têm “obrigação” com a Rainha do Mar se dirigem para a praia. Nesse evento cultural há o encontro de todos os candomblés da Bahia. Levam flores e presentes, principalmente espelhos, pentes, joias e perfumes.

Lavagem do Bonfim é uma das maiores festas religiosas populares da Bahia. É realizada numa quinta-feira do mês de janeiro. Milhares de romeiros chegam ao Santuário do Senhor do Bonfim, considerado como o Oxalá africano. Existem também promessas católicas de “lavagens de igrejas”, nas quais os fiéis lavam as escadarias da igreja com água e flores.

O Candomblé consiste num culto dos orixás que representam as forças que controlam a natureza e seus fenômenos, como a água, o vento, as florestas, os raios, etc. É de origem africana e foi introduzido no país pelos escravos negros, na época do Brasil colonial. Na Bahia, esse culto é chamado de candomblé, em Pernambuco, nomeia-se xangô, no Maranhão, tambor de menina.

Candomblé
A Literatura de Cordel é uma das principais manifestações culturais nordestinas, consiste na elaboração de pequenos livros contendo histórias escritas em prosa ou verso, sobre os mais variados assuntos: desafios, histórias ligadas à religião, política, ritos ou cerimônias. É o estilo literário com o maior número de exemplares no mundo. Para os nordestinos, a Literatura de Cordel representa a expressão dos costumes regionais.

A culinária do Nordeste é bem diversificada e destaca-se pelos temperos fortes e comidas apimentadas. Os pratos típicos são: carne de sol, buchada de bode, sarapatel, acarajé, vatapá, cururu, feijão-verde, canjica, tapioca, peixes, frutos do mar, etc. As frutas também são comuns, como por exemplo: manga, araçá, graviola, ciriguela, umbu, buriti, cajá e macaúba.

O artesanato da região Nordeste é muito variado, destacam-se as redes tecidas, rendas, crivo, produtos de couro, cerâmica, madeira, argila, as garrafas com imagens produzidas de areia colorida, os objetos feitos a partir da fibra do buriti, entre outros.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Manifestações de ritmo nacionais



Axé Music

Surgida pelos idos de 1980, nas ruas de Salvador, misturou alguns ritmos já existentes como frevo, forró e as guitarras elétricas em uma batida contagiante e dançante que encontrou nos trios elétricos o veículo perfeito para arrastar multidões "pulando que nem pipoca".

Letras românticas, animadas, coreografadas, todas fazem muito sucesso e os intérpretes são aclamados como ídolos, gerando muita disputa pelos abadás usados nos blocos do carnaval e das micaretas (carnaval fora de época). Vale apenas um cuidado com algumas vertentes muito sensuais, o debate a respeito deve ser bem pensado, sugiro ficar apenas com as bem humoradas e leves! Deixo uma sugestão que permite até mesmo a criação de coreografias simples...


Funk


O funk conhecido aqui no Brasil difere bastante do funk original, nascido nos EUA e mais próximo dos ritmos R&B, soul e jazz. O funk é caracterizado por uma batida rítmica dançante e contagiante, o principal representante do funk "original" foi James Brown.

Para diferenciar desse funk americano, o nome adotado é "funk carioca". Esta manifestação originou-se do ritmo conhecido como "Miami Bass", com batidas eletrônicas e músicas erotizadas, combinado ao "free style", das rimas em frases curtas com duplo sentido, normalmente de conotação sensual, aproximando-se também do "Rap" pela linguagem próxima ao cotidiano das favelas e comunidades pobres onde os bailes aconteciam.

A popularização dos bailes funk, nos quais os ritmos tocados eram o soul e black music, entre os anos 1970 e 1980 chegou aos anos 1990 com alguns artistas funkeiros se apresentando em programas de grande audiência na televisão. Latino, Cidinho e Doca, MC Maluco trouxeram a primeira onda, quando a chegada dos anos 2000 foi conduzida por Bonde do Tigrão, MC Serginho, MC Tati Quebra Barraco, intensificando o alcance do funk como ritmo popular e de coreografias sensuais.

Atualmente, o funk carioca foi declarado "movimento cultural e musical de caráter popular do Rio de Janeiro" e deve ser considerado como manifestação de ritmo relevante junto ao público jovem. Recentemente o ritmo adquiriu  uma vertente batizada de "funk ostentação", cujas letras tratam de carros luxuosos, baladas caras, consumo de bebidas da moda e relacionamentos e originam-se principalmente do estado de São Paulo.

Conquista (Claudinho e Buchecha) - http://www.youtube.com/watch?v=DOZM3L-bkzw
Ela é Top (MC Bola) - http://www.youtube.com/watch?v=OI09qNY3Fng
Tamborzão (MC Koringa) - http://www.youtube.com/watch?v=_4gMJ_1tTr0
Forró
História do Forró, origem, gêneros, dança, cantores e bandas de forró, cultura nordestina
dança de forró
Forró: dança popular nordestino

O que é 

O forró é uma dança popular de origem nordestina. Esta dança é acompanhada de música, que possui o mesmo nome da dança. A música de forró possui temática ligada aos aspectos culturais e cotidianos da região Nordeste do Brasil. A música de forró é acompanhada dos seguintes instrumentos musicais: triângulo, sanfona e zabumba. 

História do Forró 

De acordo com pesquisadores, o forró surgiu no século XIX. Nesta época, como as pistas de dança eram de barro batido, era necessário molhá-las antes, para que a poeira não levantasse. As pessoas dançavam arrastando os pés para evitar que a poeira subisse.

Origem do nome 

A origem do nome forró tem várias versões, porém a mais aceita é a do folclorista e pesquisador da cultura popular Luiz Câmara Cascudo. Segundo ele, a palavra forró deriva da abreviação de forrobodó, que significa arrasta-pé, confusão, farra.

Características 

Uma das principais características do forró é o ato de arrastar os pés durante a dança. Esta é realizada por casais, que dançam com os corpos bem colados, transmitindo sensualidade.

Embora seja tipicamente nordestino, o forró espalhou-se pelo Brasil fazendo grande sucesso. Foram os migrantes nordestinos que espalharam o forró, principalmente nas décadas de 1960 e 1970.

Atualmente, existem vários gêneros de forró: forró eletrônico, forró tradicional, forró universitário e o forró pé de serra.

Principais cantores e bandas de forró:

- Alceu Valença
- Banda Calypso
- Beto Barbosa
- Calcinha Preta
- Chico Salles
- Dominguinhos
- Elba Ramalho
- Frank Aguiar
- Genival Lacerda
- Jackson do Pandeiro
- Limão com mel
- Luiz Gonzaga
- Mastruz com leite
- Oswaldinho do Acordeon
- Sivuca
- Zé Ramalho

Dia do Forró

- É comemorado em 13 de dezembro o Dia Nacional do Forró.

Forró Universitário

      O que é Forró Universitário?

      Forró que vai para a faculdade? Ou é um ritmo especifico? Se for, que ritmo é? Dizem que o Canto da Ema é forró universitário, mas aqui se toca de tudo um pouco: Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Dominguinhos, Forroçacana, o Bando de Maria e tantos outros na discotecagem. Ao vivo, um monte de trios de sanfona, triângulo e zabumba e algumas bandas também. Isso é Forró Universitário? Na verdade, desde que seja forró de verdade com a marcação certa no xote, arrastapé, baião, xaxado, forró, coco e etc., toca aqui.
      Entendo que forró universitário é um sub-título para justificar a volta de um ritmo para as classes sociais mais favorecidas, sem que elas tenham que assumir o ritmo como ele o é de verdade, ou seja, os preconceituosos com relação ao forró podem falar: "Eu gosto de Forró Universitário!", o que lhes concede um pouco mais de status do que simplesmente gostar de forró. Já os tradicionalistas, por outro lado, dizem: "Eu odeio Forró Universitário!", na verdade, sem saberem muito o que é.
      Na minha opinião, ele não tem nada de diferente, é apenas o forró com um nome a mais. Universitário, porque no final do século passado passou a ser freqüentado por jovens, na sua maioria , estudantes das principais faculdades de São Paulo.
      É sempre bom lembrar que esse ritmo foi criado ou moldado por Luiz Gonzaga. Nesses casos, quando a origem é conhecida, é mais fácil dizer o que é e o que não é.
      Gonzaga, em principio, tocou baiões, depois xotes, rojões, marchas e por aí foi.
      O que as bandas ditas "universitárias" tocam, é forró. "Rindo à Toa", por exemplo, música do grupo Falamansa é um xote, assim como o "Xote das Meninas" de Gonzaga Se vocês prestarem bem atenção na marcação da zabumba, verão que é praticamente a mesma.
      Uma possível explicação para o nome, poderia ser também com relação à dança. Embora o que se toque por aqui seja forró, a dança é uma mistura de vários ritmos. Aliás, parece que hoje as pessoas dançam forró da mesma forma que dançam gafieira, salsa, samba-rock, lambada, Zouk e vive-versa. É tudo misturado. Nordestino que chega por aqui se assusta.
      Mas seria estranho nomear uma casa por esse motivo, já que dança é democrática e cada um faz ao seu modo. Eu não solto a moça para rodar de forma nenhuma; tem gente que só faz isso.
      O mesmo não podemos falar das bandas do outro tipo de forró que as pessoas costumam chamar também de forró. Ou, pelo menos, as pessoas que gostam desse ritmo ou os produtores que lidam com ele. Bandas como Brucelose, Limão Com Mel e Calypso fazem outro tipo de música. É uma lambada, abaiãozada, com toques de samba e ritmos caribenhos. Uma confusão só. Pode ser tudo, mas forró não é.
      Também já existiu o Forró Malícia. Foi muito tocado, sobretudo nas décadas de 70 e 80 e se caracterizava por ter letras de duplo sentido. Quem não lembra de "O Gato Tico" , uma pérola do gênero. Tinha a divertida letra do gatinho chamado Tico que miava em todo lugar: "Tico mia na sala, Tico mia no quarto" e ia assim, miando em todo lugar...
      Genival Lacerda, Zenilton, Sandro Becker, Clemilda e até João do Vale perambularam por esse estilo, que mantinha o mesmo ritmo dos forrós mais conhecidos.
      Tanta confusão e tanto sub-título fez com que o forró, aquele, criado por Gonzaga, viesse a ter o seu também: "Forró Pé-de-Serra". Foi necessário rebatizar um filho, porque puseram em outros o mesmo nome e já não conseguíamos diferenciá-los.
      Isso nem é de todo ruim, embora eu prefira falar que o Canto da Ema faz apenas FORRÓ. E tocamos até um pouco do forró malícia e poderemos tocar outros tipos, mas, desde que o ritmo seja o criado por Luiz Gonzaga e desde que possa ser freqüentado por qualquer tipo de pessoa, independente da idade (desde que acima de 18 anos), de raça, nacionalidade, classe social e credo.
      Portanto, quem usa o nome forró universitário para tentar, de alguma forma, esconder que vem a forró, esqueça. Você tá dançando o ritmo nordestino sim, tenha orgulho, afinal é um segmento muito representativo da cultura do nosso país.
Paulinho Rosa
Junho/2005

MPB - Música Popular Brasileira
História da MPB, estilos musicais, cantores brasileiros, músicos famosos do Brasil, grupos de rock nacional.
guitarra - música - História da MPB
História da MPB - Música Popular Brasileira 
Podemos dizer que a MPB surgiu ainda no período colonial brasileiro, a partir da mistura de vários estilos. Entre os séculos XVI e XVIII, misturou-se em nossa terra, as cantigas populares, os sons de origem africana, fanfarras militares, músicas religiosas e músicas eruditas européias. Também contribuíram, neste caldeirão musical, os indígenas com seus típicos cantos e sons tribais.
Nos séculos XVIII e XIX, destacavam-se nas cidades, que estavam se desenvolvendo e aumentando demograficamente, dois ritmos musicais que marcaram a história da MPB: o lundu e a modinha. O lundu, de origem africana, possuía um forte caráter sensual e uma batida rítmica dançante. Já a modinha, de origem portuguesa, trazia a melancolia e falava de amor numa batida calma e erudita.
Na segunda metade do século XIX, surge o Choro ou Chorinho, a partir da mistura do lundu, da modinha e da dança de salão européia. Em 1899, a cantora Chiquinha Gonzaga compõe a música Abre Alas, uma das mais conhecidas marchinhas carnavalescas da história.
Já no início do século XX começam a surgir as bases do que seria o samba. Dos morros e dos cortiços do Rio de Janeiro, começam a se misturar os batuques e rodas de capoeira com os pagodes e as batidas em homenagem aos orixás. O carnaval começa a tomar forma com a participação, principalmente de mulatos e negros ex-escravos. O ano de 1917 é um marco, pois Ernesto dos Santos, o Donga, compõe o primeiro samba que se tem notícia : Pelo Telefone. Neste mesmo ano, aparece a primeira gravação de Pixinguinha, importante cantor e compositor da MPB do início do século XIX.
Com o crescimento e popularização do rádio nas décadas de 1920 e 1930, a música popular brasileira cresce ainda mais. Nesta época inicial do rádio brasileiro, destacam-se os seguintes cantores e compositores : Ary Barroso, Lamartine Babo (criador de O teu cabelo não nega), Dorival Caymmi, Lupicínio Rodrigues e Noel Rosa. Surgem também os grandes intérpretes da música popular brasileira : Carmen Miranda, Mário Reis e Francisco Alves.
Na década de 1940 destaca-se, no cenário musical brasileiro, Luis Gonzaga, o "rei do Baião". Falando do cenário da seca nordestina, Luis Gonzaga faz sucesso com músicas como, por exemplo, Asa Branca e Assum Preto.
Enquanto o baião continuava a fazer sucesso com Luis Gonzaga e com os novos sucessos de Jackson do Pandeiro e Alvarenga e Ranchinho, ganhava corpo um novo estilo musical: o samba-canção. Com um ritmo mais calmo e orquestrado, as canções falavam  principalmente de amor. Destacam-se neste contexto musical : Dolores Duran, Antônio Maria, Marlene, Emilinha Borba, Dalva de Oliveira, Angela Maria e Caubi Peixoto.
Em fins dos anos 50 (década de 1950), surge a Bossa Nova, um estilo sofisticado e suave. Destaca-se Elizeth Cardoso, Tom Jobim e João Gilberto. A Bossa Nova leva as belezas brasileiras para o exterior, fazendo grande sucesso, principalmente nos Estados Unidos.
A televisão começou a se popularizar em meados da década de 1960, influenciando na música. Nesta época, a TV Record organizou o Festival de Música Popular Brasileira. Nestes festivais são lançados Milton Nascimento, Elis Regina, Chico Buarque de Holanda, Caetano Veloso e Edu Lobo. Neste mesmo período, a TV Record lança o programa musical Jovem Guarda, onde despontam os cantores Roberto Carlos e Erasmo Carlos e a cantora Wanderléa.
Na década de 1970, vários músicos começam a fazer sucesso nos quatro cantos do país. Nara Leão grava músicas de Cartola e Nelson do Cavaquinho. Vindas da Bahia, Gal Costa e Maria Bethânia fazem sucesso nas grandes cidades. O mesmo acontece com DJavan (vindo de Alagoas), Fafá de Belém (vinda do Pará), Clara Nunes (de Minas Gerais), Belchior e Fagner ( ambos do Ceará), Alceu Valença (de Pernambuco) e Elba Ramalho (da Paraíba). No cenário do rock brasileiro destacam-se Raul Seixas e Rita Lee. No cenário funk aparecem Tim Maia e Jorge Ben Jor.
Nas décadas de 1980 e 1990 começam a fazer sucesso novos estilos musicais, que recebiam fortes influências do exterior. São as décadas do rock, do punk e da new wave. O show Rock in Rio, do início dos anos 80, serviu para impulsionar o rock nacional.Com uma temática fortemente urbana e tratando de temas sociais, juvenis e amorosos, surgem várias bandas musicais. É deste período o grupo Paralamas do Sucesso, Legião Urbana, Titãs, Kid Abelha, RPM, Plebe Rude, Ultraje a Rigor, Capital Inicial, Engenheiros do Hawaii, Ira! e Barão Vermelho. Também fazem sucesso: Cazuza, Rita Lee, Lulu Santos, Marina Lima, Lobão, Cássia Eller, Zeca Pagodinho e Raul Seixas.
Os anos 90 também são marcados pelo crescimento e sucesso da música sertaneja ou country. Neste contexto, com um forte caráter romântico, despontam no cenário musical : Chitãozinho e Xororó, Zezé di Camargo e Luciano, Leandro e Leonardo e João Paulo e Daniel.

Nesta época, no cenário rap destacam-se: Gabriel, o Pensador, O Rappa, Planet Hemp, Racionais MCs e Pavilhão 9.
O século XXI começa com o sucesso de grupos de rock com temáticas voltadas para o público jovem e adolescente. São exemplos: Charlie Brown Jr, Skank, Detonautas e CPM 22.
Você sabia?
- É comemorado em 27 de setembro o Dia da MPB.

História do Pagode


Nos países orientais: China, Japão, Coréia e Nepal; a palavra pagode  designa local religioso, situado dentro ou próximo de templos, na maioria budista. No Vietnã, designa local de trabalho, portanto, no Vietnã, ir ao pagode é trabalhar.
Segundo o Dictionnaire Historique de La Langue Française, a palavra surgiu pela primeira vez no idioma francês em 1545, significando “templo de uma religião oriental”. No dicionário atual da língua portuguesa, a palavra pagode significa “reunião informal”, já referida às festas organizadas nas senzalas pelos escravos.
Na definição acadêmica do folclorista Câmara Cascudo, é uma festa regada com comida e bebida, e de reunião íntima. No Brasil, a palavra designa muito mais um estilo musical ligado às raízes do samba.
Grupos mais tradicionais como “Fundo de Quintal” e “Originais do Samba” já manifestavam essa vertente musical. Na década de 90, o Brasil viveu sob a febre do pagode romântico e universitário.
O pagode romântico ficou marcado no mercado fonográfico por grupos como “Só pra contrariar”, “Raça Negra”, “Exaltasamba”, “Soweto”, “Karametade”, “Molejo”, entre outros. O pagode universitário, mais pop, surge em grupos formados por jovens universitários de classe média, assim como o grupo Inimigos da HP.
Samba e História do Samba
História do Samba, samba na Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo, principais tipos de samba, sambistas, grupos de samba, carnaval
samba e sambistas 
Origens do Samba, Significado, História do Samba e Principais Sambistas
O samba surgiu da mistura de estilos musicais de origem africana e brasileira. O samba é tocado com instrumentos de percussão (tambores, surdos timbau) e acompanhados por violão e cavaquinho. Geralmente, as letras de sambas contam a vida e o cotidiano de quem mora nas cidades, com destaque para as populações pobres. O termo samba é de origem africana e tem seu significado ligado às danças típicas tribais do continente.
As raízes do samba foram fincadas em solo brasileiro na época do Brasil Colonial, com a chegada da mão-de-obra escrava em nosso país.
O primeiro samba gravado no Brasil foi  Pelo Telefone, no ano de 1917, cantado por Bahiano. A letra deste samba foi escrita por Mauro de Almeida  e Donga .
Tempos depois, o samba toma as ruas e espalha-se pelos carnavais do Brasil. Neste período, os principais sambistas são: Sinhô Ismael Silva  e Heitor dos Prazeres .
Na década de 1930, as estações de rádio, em plena difusão pelo Brasil, passam a tocar os sambas para os lares. Os grandes sambistas e compositores desta época são: Noel Rosa autor de Conversa de Botequim; Cartola de As Rosas Não Falam; Dorival Caymmi de O Que É Que a Baiana Tem?; Ary Barroso, de Aquarela do Brasil; e Adoniran Barbosa, de Trem das Onze.
Na década de 1970 e 1980, começa a surgir uma nova geração de sambistas. Podemos destacar: Paulinho da Viola, Jorge Aragão, João Nogueira, Beth Carvalho, Elza Soares, Dona Ivone Lara, Clementina de Jesus, Chico Buarque, João Bosco e Aldir Blanc.
Outros importantes sambistas de todos os tempos: Pixinguinha, Ataulfo Alves, Carmen Miranda (sucesso no Brasil e nos EUA), Elton Medeiros, Nelson Cavaquinho, Lupicínio Rodrigues, Aracy de Almeida, Demônios da Garoa, Isaura Garcia, Candeia, Elis Regina, Nelson Sargento, Clara Nunes, Wilson Moreira, Elizeth Cardoso, Jacob do Bandolim e Lamartine Babo. 
Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo
Os tipos de samba mais conhecidos e que fazem mais sucesso são os da Bahia, do Rio de Janeiro e de São Paulo. O samba baiano é influenciado pelo lundu e maxixe, com letras simples, balanço rápido e ritmo repetitivo. A lambada, por exemplo, é neste estilo, pois tem origem no maxixe.
Já o samba de roda, surgido na Bahia no século XIX, apresenta elementos culturais afro-brasileiros. Com palmas e cantos, os dançarinos dançam dentro de uma roda. O som fica por conta de um conjunto musical, que utiliza viola, atabaque, berimbau, chocalho e pandeiro.
No Rio de Janeiro, o samba está ligado à vida nos morros, sendo que as letras falam da vida urbana, dos trabalhadores e das dificuldades da vida de uma forma amena e muitas vezes com humor.
Entre os paulistas, o samba ganha uma conotação de mistura de raças. Com influência italiana, as letras são mais elaboradas e o sotaque dos bairros de trabalhadores ganha espaço no estilo do samba de São Paulo.
Principais tipos de samba: 
Samba-enredo
Surge no Rio de Janeiro durante a década de 1930. O tema está ligado ao assunto que a escola de samba escolhe para o ano do desfile. Geralmente segue temas sociais ou culturais. Ele que define toda a coreografia e cenografia utilizada no desfile da escola de samba.
Samba de partido alto
Com letras improvisadas, falam sobre a realidade dos morros e das regiões mais carentes. É o estilo dos grandes mestres do samba. Os compositores de partido alto mais conhecidos são:  Moreira da Silva, Martinho da Vila e Zeca Pagodinho.
Pagode
Nasceu na cidade do Rio de Janeiro, nos anos 70 (década de 1970), e ganhou as rádios e pistas de dança na década seguinte. Tem um ritmo repetitivo e utiliza instrumentos de percussão e sons eletrônicos. Espalhou-se rapidamente pelo Brasil, graças às letras simples e românticas. Os principais grupos são : Fundo de Quintal, Negritude Jr., Só Pra Contrariar, Raça Negra, Katinguelê, Patrulha do Samba, Pique Novo, Travessos, Art Popular.
Samba-canção
Surge na década de 1920, com ritmos lentos e letras sentimentais e românticas. Exemplo: Ai, Ioiô (1929), de Luís Peixoto.
Samba carnavalesco
Marchinhas e Sambas feitas para dançar e cantar nos bailes carnavalescos. exemplos : Abre alas, Apaga a vela, Aurora, Balancê, Cabeleira do Zezé, Bandeira Branca, Chiquita Bacana, Colombina, Cidade Maravilhosa entre outras.
Samba-exaltação
Com letras patrióticas e ressaltando as maravilhas do Brasil, com acompanhamento de orquestra. Exemplo: Aquarela do Brasil, de Ary Barroso gravada em 1939 por Francisco Alves.
Samba de breque
Este estilo tem momentos de paradas rápidas, onde o cantor pode incluir comentários, muitos deles em tom crítico ou humorístico. Um dos mestres deste estilo é Moreira da Silva .
Samba de gafieira 
Foi criado na década de 1940 e tem acompanhamento de orquestra. Rápido e muito forte na parte instrumental, é muito usado nas danças de salão.
Sambalanço
Surgiu nos anos 50 (década de 1950) em boates de São Paulo e Rio de Janeiro. Recebeu uma grande influência do jazz.. Um dos mais significativos representantes do sambalanço é Jorge Ben Jor,  que mistura também elementos de outros estilos.
Dia Nacional do Samba
- Comemora-se em 2 de dezembro o Dia Nacional do Samba.

História Do Sertanejo Universitário


As primeiras músicas caipiras foram associadas no Brasil á música a partir da década de 1920 por vários compositores rurais e urbanhos, outrora chamada de modas, toadas, cateretês, chulas, emboladas e também os chamados batuques onde o som da viola é algo predominante.

História Do Sertanejo Universitário
O adjetivo sertanejo se refere aos locais que são mais afastados e longe das cidades, ainda que possa ser mais presente para alguns a sua relação com toda a cultura do nordeste do interior que encontroou a vegetação e os climas hostis além da dominação política dos coronéis obrigando assim a se desenvolver uma cultura de residência do matuto que era legitimamente sertanejo, conhecedor da caatinga. Se difere da cultura caipira principalmente a originária na área que abrange o interior do estado de São Paulo, e os Estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e também Mato Grosso do sul e Paraná.
Foi ali que teria se desenvolvido uma cultura do colono que encontrou uma grande abundância de águas, terras produtivas e também um clima que fosse totalmente ameno, típico do cerrado. É conhecida como caipira ou sertaneja, a execução composta e executada das zonas rurais do campo, a antiga chamada Moda de Viola.
Os caipiras ou mesmo sertanejos muitas vezes em duplas ou solo utilizavam instrumentos considerados artesanais e típicos do Brasil colônia como por exemplo a viola caipira, o acordeão e a gaita.

A Primeira Era

Foi então no ano de 1929 que surgiu a música sertaneja como se conhece atualmente. Ela teria nascido a partir das gravações feitas pelo jornalista e escritor Cornélio Pires de causos e fragmentos de cantos tradicionais rurais do interior do estado de São Paulo, norte e ainda oeste paranaenses, sul e triângulo mineiros, sudeste goiano e mato-grossense.

A Primeira Era
Nesta época as gravações pioneiras deste gênero eram conhecidas como músicas de caipira cujas letras tinham como objetivo evocar o modo de vida do homem do interior, muitas vezes que estivessem em oposição á vida do homem da cidade bem como a beleza bucólica e romântica da paisagem interiorana, este tipo de música é hoje chamado como música sertaneja de raiz, com letras que enfatizam o cotidiano e a maneira diferenciada de cantar.
Além do cantor Cornélio Pires e sua Turma Caipira se destacaram nessa tendência mesmo que gravando em épocas posteriores as duplas Alvarenga e Ranchinho, Torres e Florêncio. Tonico e Tinoco, Vieira e Vieirinha, entre outros, vários cantores.

Segunda Era Sertaneja

Foi então que surgiu uma nova fase na história da música sertaneja, que começou depois da Segunda Guerra Mundial contando com a incorporação de novos estilos de duetos com intervalos variados e o chamado estilo mariachi, gêneros que inicialmente eram a guarânia e a polca paraguaia, mais tarde o corrido e também a rancheira mexicanos, bem como a utilização de instrumentos como o acordeom e a harpa. A temática irá os tornar gradualmente mais amorosa, conservando assim um caráter autobiográfico.
Alguns grandes destaques desta época foram os duetos de Cascatinha e Inhana, as Irmãs Galvão, Irmãs Castro, Sulino e Marrueiro, Palmeira e Biá, o Trio Luzinho, Limeira e Zezinha (lançadores da música campeira) e o cantor José Fortuna este que teria sido um grande adaptador da música de guarânia no Brasil.
Com o passar da década de 70 foi então que a dupla Milionário e José Rico sistematizou a utilização de diversos elementos da tradição mexicana mariachi, com os floreios de violino e o trompete para que pudessem preencher espaços entre as frases e golpes de glote que produzem a qualidade soluçante na voz. Outros vários nomes como a dupla Pena Branca e Xavantinho seguiam as antigas tradições caipiras enquanto que o cantor Tião Carreiro passava a inovar fundindo o gênero com samba, coco e calango de roda.

A Terceira Era

Houve então a introdução da guitarra elétrica e também o que era chamado de ritmo jovem, pela dupla Léo Canhoto e Robertinho, no final de década de 1960 foi então que marcaram o início da fase modernada música sertaneja. Um dos vários integrantes do movimento musical Jovem Guarda, como por exemplo Sérgio Reis passaram a gravar na década de 70 todo o repertório tradicional sertanejo de forma que pudesse contribuir para a penetração mais ampla do gênero. Outro expoente na época foi Renato Teixeira, outro artista a ter ganho destaque aquela altura. Naquele período os locais de diversas performances da música sertaneja eram originalmente o circo, alguns rodeios e também as rádios AM. Já depois da década de 80 esta penetração se estendeu as rádios FM e a televisão, sejam elas em programas semanais matutinos ou mesmo domingos e também trilhas sonoras de novelas ou programas específicos.
Foi durante os anos oitenta que houve uma grande exploração comercial massificada do sertanejo, somados em certos casos a uma releitura de sucessos internacionais e mesmo da jovem Guarda. Dessa nova tendência romântica da música surgiram diversos artistas ente os quais se destacaram Trio Parada Dura, Chitãozinho & Xororó, Leandro & Leonardo, Zezé Di Camargo & Luciano, Chrystian& Ralf, Chico Rey & Paraná, João Mineiro e Marciano, Gian e Giovani, Gilberto e Gilmar.

O Sertanejo Universitário

Por ter surgido depois de um segundo movimento sertanejo, como o sertanejo romântico, este estilo já conta com letras tão regionais e ainda situações vividas por caipiras. Estas músicas normalmente tratam de assuntos do sertanejo romântico e da forma como todos os jovens vêem os assuntos tanto de poligamia como de traição.
Uma outra explicação para a origem destes movimentos é de cunho social. Pois a partir da década de 90 diversos jovens de regiões de interior dos estados ingressaram em universidades, trazendo consigo seus violões e romperam com o estigma de que o universitário era associado a vários outros estilos musicais.
Com as suas violas e violões eles disseminaram nos campus e repúblicas e valhe música sertaneja, e com o passar do tempo foram associando ao violão ou mesmo a viola instrumentos como baixo, guitarra, metais e instrumentos de percussão. O resultado inicial foi uma nova roupagem das antigas raízes sertanejas.